10 de novembro de 2012
Em uma visão um pouco simplificada, pode-se dizer que o nosso trabalho em pesquisa se alimenta das perguntas. Perguntas nossas e de nossos clientes, perguntas que estão no ar, perguntas que surgem o tempo todo.
E de onde elas vêm?
Perguntas vêm do desejo de compreender, do questionamento que está ligado a necessidades que ali, naquela hora, sentimos essenciais. Fazem parte desse processo a observação, a percepção, a dúvida, o receio, até mesmo a esperança – enfim, tudo o que nos faça parar e pensar.
Ah, o parar e pensar. Aquele momento singular em que você deixa de ser observador passivo e toma as rédeas dos acontecimentos pelo simples fato de questionar algo, grande ou pequeno. Algo que fez refletir e deixou pairando no ar uma insatisfação. Sei o suficiente? Já posso tomar uma decisão? Será que aquilo em que eu acredito é realmente o melhor?
Na vida e nos negócios, isso é inevitável. Simplesmente não podemos evitar o pensar, não conseguimos deixar de nos interrogar sobre tudo o que acontece ou pode acontecer. O questionamento irresistível faz parte da natureza humana, e por isso mesmo se transpõe facilmente para a natureza das empresas e instituições. Afinal, nos questionamos porque queremos em um âmbito ou outro ampliar a consciência sobre as causas, condições e consequências do que acontece – e queremos assim a sobrevivência e mais, o sucesso, entendido da forma particular de cada um. Chegar lá. Estar bem. O sucesso que você desejar.
É filosofia pura. Filosofar é refletir sobre as questões da existência – seja a nossa, seja a “grande existência” da humanidade, seja a existência de um grupo, de um contexto efêmero, de uma marca, uma personalidade notória, uma ideia, um produto. Filosofamos quase sem querer, porque naturalmente amamos conquistar o saber. E porque nos deparamos o tempo todo com necessidades pessoais e profissionais prementes de solução, que somam mais um componente objetivo nessa busca.
A PESQUISA, AS PERGUNTAS E O RESULTADO
Então, partimos de um questionamento. Algo que é preciso entender, vamos dizer, sob novos pontos de vista. Mais amplos, quem sabe. Ou em um outro contexto. Talvez um questionamento relacionado também com um propósito, igualmente virtuoso, de ordem mais objetiva. Decisões a tomar, um plano de ação a ser feito, por exemplo. O fato é que a necessidade existe, é a nossa motivação, e para satisfaze-la, vamos fazer perguntas.
Que começam – vejam só – com perguntas. O que perguntar? Para quem, onde, quando, como perguntar? Mantendo o foco no objetivo do projeto, essas reflexões definem os próximos passos. Que se materializam com… perguntas! Na sua acepção mais óbvia, ou trajadas em técnicas de busca de informação de que ainda vamos falar por aqui. E que geram respostas.
Mas estamos só no meio do caminho. Porque se as pessoas já questionam naturalmente, nós, do mundo da pesquisa, temos no questionamento nosso ar. E então, aquelas respostas geram mais perguntas, dessa vez traduzidas em olhares multidisciplinares para o entendimento multifacetado – e agora sim, estamos perto de satisfazer aquela necessidade motivadora. É a reflexão que lapida a informação bruta e a converte em resultados.
Resultados que esclarecem, informam, abrem a mente, geram conclusões, insights, decisões e – como não poderia deixar de ser – questionamentos, novos em folha, e alguns passos adiante. O tempo de questionar não se encerra. É sempre. E pesquisa é um meio de exercitar este questionamento orientado. Movimento contínuo na busca do sentido de sucesso que existe em cada ideia, em cada iniciativa, em cada empresa, e em cada um de nós.
* Este artigo foi inspirado pelas reflexões iniciais sobre filosofia e ética propostas em “Ética para Executivos”, de Hermano Roberto Thiry-Cherques (FGV Editora).