Pesquisa Aborto
Um tema tão polêmico como o aborto não poderia ficar de fora do #brasilsemfiltro. E a primeira coisa que nós quisemos saber é se os brasileiros conhecem a lei do aborto no país, que permite a realização do procedimento em alguns casos, como estupro, risco de vida para a mãe e em fetos anencéfalos.
2/3 dos internautas mostraram conhecer a lei, 30% achavam que o aborto era proibido e 3% achavam que era legalizado ou não quiseram responder. Entre as mulheres, 3/4 mostraram conhecimento da lei, e entre os homens, apenas 58% sabiam que ele é permitido em alguns casos. Após explicarmos como é a lei, 57% afirmaram concordar com a legislação e 16% se mostraram a favor da legalização do aborto de uma forma geral.
Os resultados variam significativamente de acordo com a classe social e com a escolaridade dos entrevistados. Entre as classes AB, o número de pessoas a favor aumenta para 29% e nas classes CDE cai para 12%. Da mesma forma, entre aqueles que tem nível superior completo, 31% são a favor do aborto, e entre os que tem até ensino médio completo, 9% são a favor.
Ao colocar algumas situações para que os entrevistados avaliassem, vimos que 65% dos entrevistados concordam com a legalização do aborto nos casos em que se comprove má formação grave do feto e 24% no caso de um dos pais ser HIV positivo. Por outro lado, 16% afirmaram que a legalização deveria ocorrer em caso de gravidez não planejada, e 14% nos casos em que a mãe não tem condições financeiras de criar a criança
Ouça entrevista na Rádio Estadão com o nosso CEO, Christian Reed, sobre os resultados da pesquisa
Vale ressaltar, ainda, que diferentemente da lei nos Estados Unidos, aqui a maioria das pessoas (61%) acha que a decisão pela realização ou não do aborto deve ser da mãe e do pai, em conjunto. Para metade dos entrevistados, caso o aborto fosse legalizado no Brasil, a prática deveria ser realizada pelo SUS apenas em algumas situações, como em casos de riscos à saúde da mãe ou do bebê ou em caso de estupro. Já para 26% dos respondentes, o SUS deveria assumir a prática independente da situação. No caso dos planos de saúde, 35% acham que eles deveriam realizar o procedimento em todos os casos, e 42% apenas nos casos específicos acima descritos.
Veja matéria na Revista Encontro com os resultados da pesquisa
E o que aconteceria se o aborto fosse legalizado? 56% concordam com a ideia de que “se o aborto for legalizado, haverá uma banalização do procedimento, e algumas mulheres vão começar a realizar abortos como método anticoncepcional” e 65% acham que, com a legalização, iria aumentar a quantidade de abortos no país. Por falar em quantidade, 35% afirmam conhecer pelo menos uma pessoa que já fez um aborto clandestino, sendo que 14% conhecem mais de uma pessoa. Entre as mulheres, 43% delas conhecem alguém que já praticou aborto clandestino, o que mostra que, ainda que a maior parte seja a favor da lei como é hoje, o assunto está longe de ser resolvido.
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