Social research: “tendência” irremediável
As dinâmicas do mercado exigem, e as empresas de pesquisa responsáveis e sólidas sabem: os profissionais de inteligência e informação são continuamente impulsionados a entregar mais resultados, mais insights, com mais frequência, com novos métodos e muitas vezes com menos investimento, e mais rápido.
Por que isso acontece? Porque – como sabemos bem – o mundo (e as pessoas no mundo!) estão em constante mudança.
Falemos um pouco então sobre as pessoas, e vamos buscar na filosofia um aspecto básico da natureza humana: o homem é um ser social. A tese, fundamentada por Aristóteles define a união entre os seres humanos como algo natural – porque somos criaturas naturalmente carentes; porque precisamos de coisas e de outras pessoas para alcançar nossa plenitude.
Nosso melhor desenvolvimento emocional, intelectual, afetivo está então intimamente ligado à noção do conviver. E sempre foi assim.
O que vivenciamos hoje é um momento de florescimento intenso, exponencial das formas de conviver. No contexto contemporâneo, a proliferação e popularização das plataformas digitais de interação evidencia (e descomplica) esse aspecto inato em todos nós, e traz para o registro visual, e em muitos níveis público, tendências de comportamento tão antigas quanto nossa consciência:
– pessoas querem estar com pessoas;
– pessoas querem se mostrar para outras, exibir conquistas, expressar opinião;
– é da vida em comunidade que extraímos referências, informações, validação;
– buscamos sempre interagir com nossos pares, aqueles que em algum nível ou em algum momento guardam semelhança conosco;
– por isso mesmo, encontramos também na vida em comunidade caminhos para o autoconhecimento.
Em outras palavras, graças à combinação da nossa natureza e de tudo o que a tecnologia nos traz, vivemos hoje, mais do que nunca num mundo CO: de compartilhar, coexistir, comentar, conhecer, confrontar, comparar, colaborar, conviver em comunidade. O triunfo das comunidades, perenes ou efêmeras, virtuais e reais, em que expressamos com galhardia nossa individualidade – através do que fazemos, pensamos, sentimos, consumimos.
A expressão nunca foi tão favorecida, e isso vale para tudo – inclusive para o relacionamento entre aquelas pessoas e as marcas, empresas, produtos e organizações. O papel do “cliente” se amplia de mero receptor para um cenário de canais virtualmente ilimitados para deixar bem clara sua opinião.
Incorporar tudo isso ao trabalho de pesquisa é um movimento natural – se não apenas pela razão evidente de acompanhar os movimentos comportamentais das pessoas, também por aquela exigência constante do mercado de que falamos há pouco.
Adicionar novas abordagens, novas ferramentas relacionadas às plataformas de interação que estão por aí é fundamental para ampliar as perspectivas e a visão sobre aquilo que já sabemos e aquilo que queremos saber. E mais – permite a aquisição dinâmica, de informação – dados qualitativos e quantitativos atualíssimos, acessíveis e fiáveis. Ou seja, caminhos extremamente interessantes para a geração cada vez mais rica – e mais rápida – de alternativas e insights, que complementa todo o trabalho de levantamento e análise que sempre fizemos.
Por isso mesmo as “aspas” no título desse artigo: tendo em vista tudo isso, será que social research realmente deveria ser chamado de “tendência”? Para nós, a resposta é clara – muito mais apropriado é falar em um aspecto da pesquisa hoje essencial, e indissociável da realidade contemporânea.
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